Dicas de webwriting para você começar a escrever na internet

Webwriting
Webwriting é a técnica de escrita para a internet e inclui estratégias que contribuem para uma experiência positiva de leitura no meio, prezando pela legibilidade e escaneabilidade.

Pode ser que no período da escola, você tenha decidido que escrever não era o seu forte, distanciando-se de artigos complexos ou mesmo daquelas poesias de gaveta. Mas tenho certeza de que você conta com uma rede social onde já publicou algum texto, não é mesmo?

Pois saiba que a escrita para a internet tem nome: webwriting. E por mais orgânica que as redes façam parecer, ela também possui técnicas, as quais vou apresentar a você neste artigo.

Fique tranquilo! Isso não vai dificultar o seu posicionamento na internet. Todas as dicas desse post vão auxiliar você a construir conteúdos de forma mais estratégica, para que eles possam alcançar o seu objetivo.

Vamos lá?

O que é webwriting

Webwriting vem da junção de “web” (“rede”, “internet”) e “writing” (“escrita”). Sendo assim, webwriting é a escrita para a internet.

É comum que as pessoas acreditem que existe apenas um tipo de escrita – aquela em que derramamos palavras em um papel ou computador, sem edição alguma e pouco propósito. Mas a verdade é que cada meio de comunicação possui uma intenção e também um formato de leitura.

Pense por um instante: você lê os conteúdos do seu LinkedIn da mesma forma em que lê um livro?

Eu, com certeza, não. E para ser sincera, até mesmo livros leio de forma diferenciada.

Quando estou lendo um livro por prazer, gosto de acender uma vela, colocar uma música no meu fone, sentar em uma cadeira confortável, quando não deito na cama ou no sofá. Viro as páginas, leio e releio parágrafos sem me atentar à passagem do tempo.

O mesmo não pode ser dito de quando leio um livro para estudo. Neste caso, sento-me reta, com um bloco de anotações ao meu lado e uma leitura mais metódica.

Agora quando estou em uma rede social ou mesmo em um blog, minha leitura é mais dinâmica. Passo os olhos pelas principais palavras. Analiso se o conteúdo vale meu tempo, leio rapidamente e, só se houver algo de muito interessante, volto para reler as informações.

Conteúdos na internet passam rápido pelos nossos olhos. Afinal de contas, somos bombardeados, todos os dias, com diferentes postagens. Dessa forma, o conteúdo precisa ser mais mastigado, fácil de ler, e também precisa chamar a atenção (já ouviu falar de economia da atenção? Recomendo que leia sobre isso).

Seja em um blog post, em um conteúdo de Instagram ou em um texto de LinkedIn, seu conteúdo precisa ser pensado para a audiência que o consumirá no formato em que ela o consumirá. E por isso é tão importante conhecer algumas técnicas de webwriting.

Qual a diferença entre webwriting e copywriting

Se você já conhece técnicas de redação e marketing, certamente já ouviu falar sobre copywriting. E também é possível que já tenha se deparado com a discussão: toda pessoa redatora é também copywriter?

Não existe uma resposta certa ou errada para isso: existem diferentes interpretações. E para isso vou explicar as diferenças entre os dois termos.

Vimos acima que webwriting é a escrita para a internet. Porém, nem toda escrita na internet terá o mesmo objetivo. Um texto jornalístico em um blog de um jornal, vai querer informar a você sobre uma notícia ou tema de forma objetiva. Uma coluna abordará um tema pela perspectiva de seu escritor. Já um conteúdo em um blog de um produto provavelmente terá um objetivo de venda.

Nos textos com objetivo de venda, é importante que a pessoa redatora conheça técnicas de persuasão, ao que chamamos de copywriting.

Copywriting é escrita persuasiva, independentemente do meio que ela é empregada. Você pode utilizar técnicas de copywriting num outdoor, num anúncio de revista, em um post de redes sociais, em um anúncio digital ou em um blog post. Você utiliza copywriting quando quer influenciar a pessoa a quem se destina sua comunicação a tomar alguma atitude a qual pode ser:

  • Comprar um produto
  • Baixar um ebook
  • Cadastrar-se em um formulário
  • Responder a uma pesquisa, entre outros objetivos.

Nessa perspectiva, webwriting e copywriting não são sinônimos. Contudo, as duas técnicas dialogam quando falamos do uso da escrita para marketing digital.

Como escrever para a internet

Agora, vamos à prática! Como escrever para a internet? Quais as melhores técnicas de webwriting?

Vocêvai encontrar várias metodologias diferentes na internet.

Uma das que mais que gosto é a técnica de webwriting apresentada pela escritora Ann Handley em seu livro “Everybody Writes” a qual ela chama de “GPS”.

Abaixo, você encontra a divisão:

Método GPS de Ann Handley

Ann Handley divide o processo de escrita em três grandes momentos:

  • Go – estruturação do conteúdo
  • Push – escrita do conteúdo
  • Shine – edição do conteúdo

Cada um desses momentos possui etapas que contribuem para que seu conteúdo brilhe.

Agora, vou mostrar a você o meu processo de webwriting:

1. Estudo da persona

Primeiro, um passo antes de começar com webwriting: você entende quem é a sua persona?

Persona é a representação semi-fictícia do seu cliente ideal. Em outras palavras, é uma visão mais realista e assertiva do seu público-alvo essencial ao processo de webwriting.

Em um estudo de persona, você compreende o perfil da pessoa com quem deseja falar. Isto é: seus interesses, seus comportamentos, suas características.

Quando falamos de webwriting, dessa maneira, o primeiro ponto é ter uma boa compreensão de para qual público você está falando. Isto ajudará na definição do objetivo, da temática e do tom de voz do seu conteúdo.

Como a autora Lisa Cron escreve em seu livro “Story or Die”:

“[…] nínguém te ouve a menos que se sintam ouvidos. A menos que o que você está dizendo seja parte de como eles veem o mundo, com o que eles se importam e como eles se veem.”

2, Definição do tema e da palavra-chave

O segundo passo do processo de webwriting, então, é decidir sobre o que escrever.

Como dizem popularmente, para quem não sabe a onde vai, qualquer caminho basta. No entanto, se escrevemos sobre tudo e sobre nada, nosso conteúdo perde o foco e deixa de ser atrativo para as pessoas, principalmente quando estamos falando em um oceano de conteúdos.

Ter em mente o tema do seu conteúdo ajudará na coleta de informações para trazer profundidade e diferenciação. E lembre-se: quanto mais direcionado for um conteúdo, maiores as chances de conseguir um espaço no mercado – o que não significada que, em determinados momentos, não faça sentido escrever sobre um tópico de forma abrangente.

Além disso, a definição do tema e de uma palavra-chave para o seu conteúdo é essencial para a estratégia de SEO (Search Engine Optimization). E aqui falo tanto de SEO para mecanismos de busca como o Google quanto de SEO para redes sociais.

Pensar em uma palavra-chave estratégica, de cauda longa ou cauda curta, contribuirá para a sua escrita e para que o seu conteúdo seja encontrado pelo seu público.

Considere também trabalhar com palavras-chave secundárias. Ou seja, palavras relacionadas à sua palavra principal e que devem aparecer ao longo do conteúdo. Um único conteúdo pode aparecer para várias palavras interessantes ao seu público, e isso também tornará seu conteúdo mais relevante e completo.

Como definir essas palavras?

Volte ao seu estudo de persona. Entenda o que seu público está consumindo e sobre o que está buscando em suas redes. Aqui estão algumas ferramentas que vão te auxiliar nessa definição:

  • Google Search
  • Google Trends
  • Ubersuggest
  • Semrush
  • AlsoAsked
  • AnswerThePublic

3. Definição do objetivo

Com o tema escolhido, já posso começar a escrever? Calma, webwriting também trabalha com objetivos.

Veja, em alguns momentos, o objetivo macro definirá o tema. Por exemplo: você precisa trazer mais pessoas próximas à decisão de compra (fundo de funil). Então, você escreverá mais conteúdos sobre seu produto ou nicho.

Na hora de definir o tema, você precisa considerar o que você quer com a sua estratégia de conteúdo geral. Porém, uma vez escolhido o tema, você também precisa definir qual será o objetivo daquele conteúdo em específico.

Você quer levar para a compra? Quer que antes disso a pessoa converta em algum material que você oferece? Ou quer apenas trazer um conteúdo educativo sobre aquele tema?

Um mesmo tema pode gerar conteúdos com diferentes objetivos – que tal criar uma jornada dentro de um único tema trabalhando palavras de cauda longa?

Aqui, também é importante trabalhar com a intenção de busca das pessoas em torno desse tema. Elas estão em uma etapa de conhecimento, consideração ou decisão?

4. Estudo de referências

Como Austin Kleon nos avisa em “Roube como um Artista”:

“O que um bom artista entende é que nada vem do nada”

Portanto, pesquise referências. Analise sua concorrência. Selecione conteúdos de Inspiração. Traga dados.

Quando tantas pessoas concorrem pela atenção em torno de um mesmo tema, há dois elementos que vão diferenciar seu conteúdo:

  • Seu ponto de vista único;
  • O reforço que você traz a este ponto de vista, com metáforas, dados e citações.

E sim, você deve ter isso mapeado antes de começar a escrever.

(Não fique cansado desde já. Prometo que tudo isso facilitará o processo de escrita)

5. Elaboração do briefing e do storytelling

Com tudo isso mapeado, já é hora de escrever?

Falta pouco. Agora é hora de estruturar o seu conteúdo para que ele fique redondo na hora de liberar a escrita.

Há, claro, aquelas pessoas que vão sentar e deixar a escrita fluir. E pode até ser que naturalmente venha um texto bom. Mas posso te revelar um segredo? Escrita – e webwritingI – é técnica, apesar dos eventuais momentos de iluminação.

Se eu sei tudo o que preciso trazer em um conteúdo, vou montando meu texto gradualmente e na hora da edição posso garantir que aquele conteúdo será estratégico.

Então, no briefing, eu resumo todas as informações que levantei nas etapas anteriores e construo o storytelling: como vou começar, quais tópicos vou trazer no desenvolvimento, como vou finalizar esse texto.

Procure saber mais sobre as técnicas de storytelling para fazer seu texto se destacar na multidão.

6. Redação

Agora, sim, é o momento da escrita. Mas não pense que a escrita é linear e ininterrupta.

Escreva, faça uma pausa, continue. Deixe fluir, quando estiver conseguindo. Escreva tudo o que consegue. Deixe para pesquisar mais nas pausas e no momento de edição. Não foque em correções neste momento.

Reescreva.

Acrescente elementos de destaque (as metáforas que citei acima caem muito bem aqui).

Dialogue com a pessoa para quem você quer escrever.

Volte e escreva uma introdução, depois de ter todo o seu texto finalizado. Spoiler: a introdução é a parte mais importante do seu texto, porque a maior parte das pessoas não passam dela. Portanto, ela deve ser atrativa.

E quando tudo estiver ali, dê um título, dê um tempo e parta para a edição.

7. Edição

Nenhum texto deve ser publicado sem uma edição, porque o momento de concepção nem sempre se atenta à estratégia. Pense na cerâmica: o artista molda a argila, desenha a estrutura, mas precisa levar à queima antes utilizar. Webwriting é assim também.

A edição é fundamental para a eficácia do seu conteúdo. E vou te indicar alguns pontos para observar:

  1. Ritmo: todo texto é como uma música. Quando trabalhamos com apenas uma nota, ela fica cansativa. Mas como trabalhar ritmo sem som? Olhe a diferença de tamanho entre as frases. Intercale frases curtas, médias e longas para não cansar a vista das pessoas.
  2. Escaneabilidade: seu texto precisa ser escaneável. Na internet, as pessoas leem em “L” (da esquerda para a direita, de cima para baixo). E é comum que façam leitura dinâmica. Então, divida bem seu texto em parágrafos e seções curtos, preferencialmente alinhados à margem esquerda. Palavras e frases curtas também contribuem. Contudo, lembre-se do ritmo. Frases curtas são mais fáceis de ler, mas frases longas trazem mais conexão. Use-as com sabedoria.
  3. Legibilidade: um conteúdo em bloco parece uma sopa de letrinhas. Webwriting não é escrita acadêmica. Assim, além de escrever parágrafos mais curtos, observe elementos de destaque no texto, como negrito, itálico e bullets. Também cuide do excesso de voz passiva e gerúndio. Palavras e termos de transição, por fim, ajudam a conectar frases e tornar a leitura mais fluída.
  4. Gramática: passe seu texto por um editor que revise a gramática. Erros são humanos, mas impactam sua autoridade e tiram o foco do conteúdo.
  5. Revisão do briefing e SEO: seu conteúdo atende a tudo o que foi proposto? Trabalha bem as palavras e links indicados? Está otimizado para SEO?

Como fazer seu conteúdo chegar às pessoas

Webwriting é estratégia, como você deve ter visto. E não precisa ser encarado como algo tão difícil pelas pessoas, embora a prática contribua para o aprimoramento.

É claro que cada um dos tópicos que trouxe aqui merece uma análise mais aprofundada. Mas acredito que estes passos já possam te auxiliar na escrita para a internet.

Agora que você chegou até aqui, é hora de escrever e colocar seu conteúdo no mundo, Publique em seu site, compartilhe em suas redes e faça o conteúdo chegar ao seu público em diferentes canais, conectando todas as suas estratégias. Esta disseminação fortalecerá seu conteúdo e contribuirá para a sua performance.

Quer saber mais sobre meu processo de planejamento e redação? Eu posso ajudar você com mentorias de escrita, gestão e otimização de conteúdo. Entre em contato e saiba mais sobre os meus serviços.

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